quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um de Janeiro de 2009.


Estão a ver este? Não tem nada a ver. é muito mais bonito!

Acordo com a sensação estranha de que nem sequer tinha dormido. A cabeça ameaça estalar, os braços, mãos, pernas e restantes apêndices anatómicos parecem ter sido apanhados pela roda de um camião TIR.

Tento falar e, oh maravilha das maravilhas, parecia o Olavo Bilac (não o poeta, o outro) mas num patamar muito mais sofisticado. Soltava uns sons roucos, imperceptíveis e ridículos que, embora fizessem as delícias de quem ouvia, se tornava uma actividade deveras penosa.

Decidi ficar um pouco na cama a ler enquanto o meu Gatão me arranjava um pequeno-almoço à maneira, para ver se me fazia sentir melhor. Mas as letras do livro (já de si leitura de longa duração) estavam hoje particularmente inquietas e, raramente, acertava com a linha a ler a seguir; ou repetia a que tinha lido com uma semiconsciente sensação de déjà-vu, ou passava duas ou três à frente passando do estado de “dificuldade em entender” ao de “não perceber absolutamente nada” (diga-se, em meu favor, que estou a ler António Lobo Antunes….).

Desisti, claro, logo que chegou o pequeno-almoço: Kiwi e a tradicional rabanada (para mim) do Dia de Ano Novo com o café.

Mas este ano o meu pequeno-almoço tinha algo mais. Com o resto, vinha um pequeno embrulho, muito bonito, de laço prateado que eu, apesar de estar com as minhas faculdades depauperadas, percebi imediatamente que não fazia parte do menu.

Quando o consegui abrir (com a paciência que me é habitual, rasgando, puxando, cortando…) ficou à vista um lindíssimo anel.

A minha surpresa não podia ter sido maior! Em primeiro lugar não são habituais presentes de ano novo (embora tenha já acontecido) depois, trata-se de um belíssimo anel que eu nunca teria comprado. Vem, talvez, na tentativa de ajudar a repor aqueles que me levaram. É que os anéis foram todos! Mas, apesar de poder atribuir muitas justificações ao acontecimento, a única, a verdadeira é que o meu marido me quis ver feliz.

Bem, como podem ver um início de ano que dá para tudo. Comecei doente. Continuo doente. Passei o dia a aspirinas, líquidos, molhos de lenços à minha volta, a cabeça exageradamente recheada, tenho a sensação estranha que o conteúdo não cabe bem na caixa craniana (se calhar em vez de um neurónio sempre tenho dois….) e um lindo anel de brilhantes claros/escuros, com um design espectacular no anelar da mão direita.

Eu, como sou positiva, digo-vos já que considero um excelente presságio (embora não acredite lá muito em presságios). Ou seja: aconteça lá o que acontecer de mau durante o ano que iniciámos, será sempre temperado por algo muito melhor!

Espero, sinceramente, que seja assim para mim bem como para todos vós.

Nota: Nem imaginam o tempo que levei a escrever este texto de fino recorte literário. É que hoje, as teclas do meu portátil estão, tal como as letras do livro, algo irrequietas e têm vontade própria.

Desculpem, portanto, alguma coisita menos bem. Nem é costume…

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